Árbitro de Araraquara que perdeu perna e braço sonha com prótese e voltar a apitar
- Capuchinho Advocacia e Consultoria
- 5 de abr. de 2019
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Familiares e amigos de Fábio Soares da Silva se mobilizam com venda de rondelli para pagar cirurgia.
Durante mais de 15 anos, apitar jogos de futebol de campo e futsal e dirigir caminhão eram as grandes paixões do árbitro de Araraquara (SP) Fábio Soares da Silva. Mas após um acidente de trânsito no ano passado, ele perdeu o braço e a perna esquerda e desde então não pôde mais realizar as atividades.
Aos 41 anos, Godói, como é conhecido na cidade, não desanima e mantém a esperança na recuperação. “Depois que eu colocar a prótese, quero voltar a apitar. Dirigir carreta já não dá mais, mas um carro adaptado sim e aí vou poder pegar estrada e viajar”, contou ele ao G1.
Para atingir seu objetivo, o árbitro que é casado e pai de cinco olhos conta com o apoio da família, que faz rondelli para vender a R$ 20. O dinheiro é para ajudar a cobrir os custos de uma cirurgia para a aplicação da prótese na perna.
Acidente
No dia 2 setembro de 2017, data em que a filha mais nova completava 2 anos, Silva dirigia um caminhão carregado com 25 toneladas de parafina de Dias Ávila (BA) para Hortolândia (SP). No trajeto, o veículo perdeu o freio em um trecho de serra e capotou em Francisco Sá (MG).
O caminhoneiro foi socorrido por um engenheiro que seguia logo atrás. Depois, foi transportado no helicóptero da Polícia Militar para o hospital de Montes Claros (MG).
Silva teve o braço esquerdo amputado e seis dias depois perdeu a perna. Ele também quebrou a bacia em dois lugares, fraturou o fêmur e a escápula. Após 22 dias em coma, contraiu duas bactérias pelo cateter da hemodiálise. Com os pulmões e rins comprometidos, foram mais de 30 dias em coma.
Riscos
O árbitro passou por várias cirurgias, uma delas para colocar uma placa de fixação no fêmur, mas dias depois houve rejeição. Devido a isso, a irrigação de sangue no fêmur ficou comprometida. “Está com uma fissura, corro o risco de perder o osso e não conseguir colocar a prótese”, disse.
Segundo ele, a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) só deve ser marcada para o fim do ano, quando pode ser tarde demais. Por isso, familiares e amigos se mobilizam para ajudá-lo a realizar o procedimento particular.
Silva precisa de ao menos R$ 10 mil para comprar uma nova placa a ser implantada, pagar o cirurgião, o médico anestesista, a sala de cirurgia e os custos do atendimento pós-operatório.
Esperança
Em fase de tratamento, Silva recebe atualmente cerca de R$ 1,8 mil de benefício pelo acidente de trabalho, dinheiro que ajuda manter a família. A mulher precisou deixar o serviço de cozinheira para cuidar do marido, que depende dela quase para tudo. O processo de aposentadoria ainda está em andamento.
“Não posso desanimar porque se isso acontecer a família desanima. Graças a Deus estou vivo, tenho as crianças para poder criar, é o que me dá força. Agora é colocar prótese e andar de novo. Se vou fazer 100 metros em três horas, o importante é ficar em pé e caminhar”, disse.
Para ele, passar pelo acidente foi um milagre, a fé aumenta a cada dia e hoje a vida tem outras prioridades. “Antes eu queria trabalhar, ganhar mais para dar mais conforto à família. Mas nem sempre ganhar mais é o mais importante. Às vezes, você trabalha menos, mas está todos os dias com a sua mulher, seus filhos, e isso não tem preço”.
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